Iluminação em rodovias

|oi domingo, 8 de novembro de 2015
| Por: Caroline Moraes

Acidentes automobilísticos são considerados problema de saúde pública, segundo Ipea.


Verificar os pneus, mecânica do carro, se o step está arrumado e o carro alinhado. Tudo certo? Então aperte os cintos e lá vamos nós, afinal, rodamos em média 15 mil kilometros por ano, segundo estudo da CETESB. Ainda falando em dados, segundo estudos do IPEA, são gastos com acidentes de transito R$ 140 bilhões de reais por ano, sendo considerado um problema de saúde pública.

Ao contrário do que muitos pensam, a iluminação da maior parte das rodovias brasileiras não estão de acordo, se então, colaboram significativamente para a causa de acidentes. Entretanto, qual será as outras principais causas dos incidentes de trânsito?

Com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Desatenção dos motoristas, velocidade incompatível e ultrapassagem indevida são as causas mais frequentes dos acidentes com mortes, além da ingestão de álcool e outras causas (não isoladas pelo relatório) representarem 37,1% das ocorrências com mortes.

Em 2011, Linaldo Serafim, estudante de engenharia elétrica da UNESP de Guaratinguetá/SP, realizou um estudo que traz a Influência da Iluminação de Rodovias Federais Com a Redução do Número de Acidentes. Nele, é comparado o investimento em iluminação em Rodovias; após, compara-se quando a mesma não tinha iluminação.

Acompanhe o estudo abaixo:

Por razões de sigilo de dados e preservação de direitos, as rodovias não terão suas nomenclaturas divulgadas e nem a localidade exata. Os valores informados foram obtidos a partir do banco de dados da Polícia Rodoviária Federal. 

Rodovia avaliada no estudo de Livaldo
Rodovia federal com duas faixas em ambos os sentidos, apresentando iluminação no canteiro central por 3,4 km, desde 2010, com postes de 15 metros de altura, luminárias duplas e espaçamento entre postes de 50 metros.

Foram levantados os números de acidente de aproximadamente cinco meses antes e cinco meses após a iluminação. Nos períodos analisados foram levantados os números totais de acidentes, veículos envolvidos, pessoas ilesas, feridas e mortas.

Dados estatísticos dos acidentes:



Analisando os dois períodos constata-se que apesar do aumento do número de acidentes e veículos envolvidos houve redução na gravidade, verificado pela redução de vítimas e fatalidade.

Alteração dos parâmetros analisados após a iluminação: 

A economia negativa significa que os custos aumentaram e a economia positiva que os gastos diminuíram.

Economia aos cofres públicos após a iluminação. 



Concluindo: Mesmo com o aumento do número de acidentes, houve a redução da gravidade, notado pela diminuição do número de vítimas e fatalidades, alcançando o objetivo máximo do Código de Trânsito brasileiro que é preservar vidas. Ou seja, após o investimento em iluminação foi obtida uma economia de R$361.571,00 com gastos em acidentes de trânsito; em apenas cinco meses obteve-se uma amortização de aproximadamente 82% do valor investido. Para saber outros exemplos do estudo, clique aqui.

Procurei a DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para entender como é feito o mapeamento para realizar a instalação da iluminação, até o quesito de: será que está sendo feita da maneira correta?

“Dispomos que rodovias não têm iluminação, e que essa seja característica que possa ser verificada em qualquer País”, disseram a ouvidoria, se contradizendo posteriormente afirmando existir iluminação, porém, de responsabilidade dos municípios brasileiros: “No Brasil, nos pontos em que ela existe, segmentos urbanos, trata-se de elemento administrado sob a responsabilidade dos respectivos municípios jurisdicionados”.

“União investe milhões para construir uma estrada e instalar os postes com luminárias e aí não se sabe quem paga a conta. O Ministério Público faz um acordo com o DNIT e transfere a conta para o município”, disseram os deputados Alceu Moreira e Edinho Araújo do PMDB, que tem como proposta incluir na Lei de Responsabilidade Fiscal, uma nova rubrica e garantir os recursos no orçamento do DNIT.

“A rodovia é de uso comum, e não de uso exclusivo do município. As rodovias federais cortam milhares de municípios brasileiros. Muitas são pedagiadas e geram arrecadação. É justo que a conta de iluminação seja bancada pela União”, concluíram os deputados.

Curiosidades:
  • Você sabia que a soma das tarifas de todas as praças de pedágio do país chega a R$ 1737,00? 
  • As cidades com maior parte das vias pedagiadas estão em São Paulo, com 3 500 quilômetros, Paraná 2 495 quilômetros, Rio Grande do Sul 2 494 e Rio de Janeiro com 666 quilômetros.
  • Nos estados da região Norte e Nordeste, não há pedágios. 





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